25 de mai. de 2011

A Criação por Tupã

Ontem eu fiquei chateada porque eu fui entrar no blogger mas dava uma mensagem que eu tinha que confirmar minha conta do google, após isso eu recebi um e-mail do Google, segui o que o e-mail mandava e ao abrir a internet novamente no site do Google, constatei que minha conta já estava confirmada, então fui tentar entrar novamente no blogger, mas ele não abriu e ficamos nisso uma boa parte da noite até que finalmente desisti.
Mas deixando de lado o problema técnico ocorrido ontem, hoje recebi várias ideias do pessoal da escola sobre outras teorias da criação do planeta, e optei por falar sobre uma lenda de origem indígena, mas como existem muitas indígenas devido ao tanto de povos indígenas que existem, escolhi uma para falar hoje e outra para falar amanhã.
     Num tempo imemorial existia Nhamandú e também Kuaray, dele mesmo brotou Tupã (imagem ao lado), que criou os mundos através dos sons, palavras, do verbo Guaraci – a essência que Ele é – luminosidade, Grande Sol.
     Tupã criou Mãe Terra e desenhou na Terra as formas futuras: montanhas, lagos, rios. Agora precisava de alguém para continuar o trabalho de criação. Tupã cuidou das grandes coisas assim: criou o primeiro ser humano. O primeiro ser humano foi Tupã-mirim que significa pequeno criador.
     Quando Tupã-mirim veio ele não conseguia viver na Terra. Ele era etéreo, alado e luminoso, assemelhava-se a um pássaro. Tupã-mirim disse a Tupã que não conseguia viver na terra. Então Tupã pediu a ele que fosse aos quatro cantos do mundo para buscar sabedoria.
     Tupã-mirim saiu do nascente e foi ao poente. Lá encontrou uma pedra e disse: “Pedra, você pode me ensinar a viver na Terra?”
     E a pedra respondeu: “Entra em mim.”

     E enquanto pedra  ele aprendeu a meditar. Porém a pedra disse a ele que deveria prosseguir.  Assim ele saiu em direção ao Sul aonde ele encontrou a primeira árvore, uma Palmeira. E então ele disse: “Árvore, você pode me ensinar a viver na Terra?”.
     E a árvore respondeu: “Entra em mim.”
     Assim eles se fundiram, tornando-se um só. E ele se sentiu enraizado. Passado algum tempo a árvore lhe disse: “Você já aprendeu. Agora saia e busque outros mestres.”
     Tupã-mirim foi para o Norte e encontrou o primeiro animal, uma onça. E sendo onça ele sentiu o cheiro da terra, sentiu o ar, andou e percorreu vários caminhos. E então, quando ele aprendeu, a onça mandou que ele continuasse seguindo seu caminho.

     Ele foi ao Leste e encontrou uma montanha e lá no alto viu uma gruta que irradiava luz. Tupã-mirim subiu e entrou, pois havia uma luminosidade prateada que vinha de uma serpente. E ele perguntou: “Você me ensina a viver na Terra?”
     E a serpente responde: “Eu sou o espírito da terra!”
     E foi rodeando e modelando uma forma a partir do barro e da água. Usou dois cristais e fez assim os olhos, surgindo então a primeira forma humana. A Mãe Terra disse: “Entra nessa forma, pois assim aprenderá muito sobre a terra.”
     A Mãe Terra disse: “Vá e veja!”
     E foi a primeira vez que ele viu o mundo com olhos de cristais e disse: “Que lindo!”
     E a serpente completou: “Junto com o que te dei você está levando meus dons. Os dons da terra, da água, do fogo e dos ventos.”
     E Tupã-mirim disse: “E o que faço com esses dons?”
    “Você tem quatro dons da minha influência, com esses dons você me ajudará no mundo a fazer novas formas de vida. O que você quiser.” disse a serpente. “Além dos quatro dons você recebeu também o dom de Nhandecy (dom de Tupã) e juntando os dons você será imbatível.”
     “Como é isso” perguntou Tupã-mirim “Onde está o dom de Nhandecy?”
     E a serpente respondeu: “Está nas palavras! E atenção, cuidado com o que pensa e com o que fala, pois o que você pensar e falar acontecerá.”
     E assim, ele desceu a montanha com os dons da Terra e do Céu. E experimentou dizendo “Arara” – e apareceu a primeira arara, e ele disse “Urkurea”, que significa coruja, e apareceu uma coruja. Assim foram surgindo vários pássaros, e ele viu que era verdade o poder da palavra. Porém ele continuou. Olhou para o chão e disse “Jacaré!” e assim apareceu o primeiro jacaré. “Paca, tatu.” e assim ele foi andando e falando, até chegar à margem de um rio. Quando ele falou “Aruanã, pirarucu”, foram surgindo os primeiros peixes na terra. E ele continuou falando e vários tipos de peixes foram sendo criados. Ele ficou impressionado e ressabiado – falou nomes de plantas, árvores e assim passou muito tempo no mundo pensando e falando.
     Passado algum tempo ele voltou para a gruta e disse: “Oh Mãe Terra, vim devolver o corpo e os dons para viver na terra.”
     “Não, não precisa devolve-los. Pode ficar para sempre” – respondeu a Mãe Terra.
     E ele disse – “Eu tive a onça, a palmeira e a pedra, e tudo isso que eu tive, eu devolvi. Já aprendi e quero voltar para a terra do meu pai.”
     A Mãe Terra então disse para Tupamirim que ele poderia ficar com o corpo o tempo que quisesse e que quando ele se cansasse poderia fazer uma cova e lá deixar o seu corpo. Isso poderia ser em qualquer lugar e que ele não mais precisaria mais voltar para devolvê-lo.
     Mãe Terra nos deu o corpo, e nós o recusamos e o devolvemos.
     Tupã-mirim desceu, criou tudo e nada mais tinha para criar. Resolveu então ir para a cachoeira de águas cristalinas e que formava um espelho d´agua. Assim ele se viu pela primeira vez e disse: “Mavutzinim!” (que significa, que coisa bela, maravilhosa) – e assim nasceu a primeira mulher que é nomeada Mavutzinim.
     Eles caminharam sobre a terra e como ela havia vindo da água ele quis ensinar todas as coisas a ela. “Com os dons” – ele disse – “Já criei tudo.” Ela disse: “Só existem bichos cinzentos e nada coloridos”. Então, ela falou: “Panamby” – que quer dizer borboleta, e assim falou o nome de todos os bichos coloridos, pequenos e bonitos. E falou outros nomes de frutas saborosas e flores perfumadas e participou assim da criação do mundo.
     Ela perguntou a Tupã-mirim o que ele acharia de ter mais gente no mundo. E ele: “Mas como?” Então, ela foi à floresta, pegou uma semente de cada arvore, pôs numa cabaça, fechou com um pedaço de pau e fez a primeira maraca. Ela chacoalhou e cantou vários sons e as sementes viraram crianças. Nasceu a primeira tribo de várias raças, que se tornaram nossos primeiros pais.

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