22 de mar. de 2011

Hypatia

     Hoje, na minha aula de filosofia, tivemos que apresentar um trabalho em duplas em que cada um falava sobre um filósofo e sua consepção do bem e do mal. Após a apresentação de todos os trabalhos, reparei uma coisa: todos apresentaram sobre homens e nosso livro também só falava de homens. Muito revoltada com essa situação fui perguntar da minha professora se não existem filosofas que também foram importantes, e me disse que na verdade existem e me falou um pouco sobre a filósofa que considera a mais importante, chamada Hypatia, achei bem interessante e resolvi comentar com vocês.

     Hypatia era a filha de Theon, que foi considerado um dos homens mais cultos de Alexandria, no Egito. Theon colocou Hypatia em um mundo de instrução. A maioria de historiadores reconhecem agora Hypatia não somente como uma matemática e uma cientista, mas também como uma filósofa.
      Os historiadores são incertos em diferentes aspectos da vida de Hypatia. Por exemplo, a data de seu nascimento é debatida até hoje. Alguns historiadores acreditam que Hypatia nasceu no ano 370. Outros afirmam que era uma mulher mais velha (ao redor 60 anos) na época de sua morte, assim tendo seu nascimento no ano 355.
     Criada em um ambiente de idéias e filosofia, tinha uma forte ligação com o pai, que lhe transmitiu, além de conhecimentos, a forte paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Diz-se que ela, sob orientação do pai, se submetia a uma rigorosa disciplina física, para atingir o ideal helênico de ter a mente sã em um corpo são.
     Hypatia estudou na Academia de Alexandria, onde estudava matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A oratória e a retórica também não foram descuidadas.
     Quando adolescente, viajou para Atenas, para completar a educação na Academia Neoplatônica, onde não demorou a se destacar pelos esforços para unificar a matemática de Diofanto com o neoplatonismo de Amónio Sacas e Plotino, isto é, aplicando o raciocínio matemático ao conceito neoplatônico do Uno (mônada das mônadas). Ao retornar, já havia um emprego esperando por ela em Alexandria: seria professora na Academia onde fizera a maior parte dos estudos, ocupando a cadeira que fora de Plotino. Aos 30 anos já era diretora da Academia, sendo muitas as obras que escreveu nesse período.
     Um dos seus alunos foi o notável filósofo Sinésio de Cirene (370 - 413), que lhe escrevia frequentemente, pedindo-lhe conselhos. Através destas cartas, sabemos que Hipátia desenvolveu alguns instrumentos usados na Física e na Astronomia, entre os quais o hidrômetro. Sabemos também que desenvolveu estudos sobre a Álgebra de Diofanto ("Sobre o Cânon Astronômico de Diofanto"). Em parceria com o pai, escreveu um tratado sobre Euclides.
     Hypatia viveu em Alexandria quando o cristianismo começou dominar as outras religiões. Nos anos próximos a 390, houve motins contra as religiões diferentes. Nessa época vivia Cyril, um líder entre os cristãos, e seu rival Orestes, o regulador civil, o qual era amigo de Hypatia. Acredita-se que Cyril espalhou boatos horríveis sobre ela para atingir seu rival. Hypatia foi atacada por uma multidão, apedrejada, sua pele teve grande parte retirada pelos cristãos e depois de ser arrastada pela rua, foi morta.

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